PROMISCUIDADE do BdeP e do GOVERNO PSD/CDS
PAPEL DUVIDOSO do ATUAL GOVERNO
Fica-se com a sensação, depois de ouvir e ler atentamente os registos públicos das audiências da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso BANIF que, da parte das autoridades europeias (nomeadamente Banco Central Europeu (BCE) e Direção Geral da Concorrência e Preços (DGComp) / Comisssão europeia), havia um plano - progressivamente apurado nos seus detalhes - de obrigar Portugal a vender o BANIF ao Santander.
Para tanto contou com a promiscuidade clara do Banco de Portugal (BdeP) e do governo PSD/CDS, ainda que em graus e formas diferentes.
Ao ponto de as autoridades europeias terem resolvido antecipar a "resolução" do banco (traduza-se: venda), primeiro de 2017 para 2016 e depois, num golpe súbito, em Dezembro 2015 antecipando o prazo-limite em três meses e fixando-o em 20.Dezembro.2015.
Registe-se esta "coincidência": António Costa do PS foi indigitado 1º ministro em 25.Novembro.2015.
Eis algumas frases-chave que validam as interpretações anteriores:
Audiência à ex-ministra, Maria Luís Albuquerque:
""O calendário da DGComp" não previa decisões no Banif até final de 2015, evidencia a ex-ministra." " Terá sido aqui que ocorreu uma reviravolta no caso Banif."
"Maria Luís afirmou que, para além de "inesperada", a solução que o BdP lhe apresentou na carta de 17 de Novembro "tinha para os contribuintes um custo" muito elevado"
Nota: A ex-ministra refere-se à obrigatoriedade do Estado recapitalizar o banco imediatamente, obrigatoriedade que lhe fora transmitida pelo governador do BdeP naquela data.
Anteriormente, o plano era a restruturação estender-se até 2017, não havendo nenhuma recapitalização prevista, além da que já tinha havido com a injeção de 1.100 milhões de euros pelo Estado e que levou este a assumir 60% do capital do banco.
In jornal Público, verifique AQUI.
Audiências a Jorge Tomé (ex-presidente do Banif) e ao ministro das Finanças atual Mário Centeno:
As responsabilidades do governador do B. de P. , a promiscuidade privado/público
"O Banco de Portugal demorou mais de três meses a conceder o registo de idoneidade aos gestores do Banif.
Um dia depois de Jorge Tomé informar o actual Governo do impasse, o supervisor emitiu parecer positivo.
"Onze dias antes da venda e da resolução do Banif, o ex-presidente do banco, Jorge Tomé, escreveu ao Banco de Portugal (BdP) a acusar o supervisor de com as suas acções estar a “descredibilizar” e a “fragilizar” a instituição, pondo em causa a sua viabilidade. E, na sequência, admitiu renunciar ao cargo “por não lhe estar a ser dado o nível de confiança que deve merecer do BdP”."
"Uma das alterações pedidas pelo BdP prendia-se com a necessidade de um reforço adicional de imparidades de 177 milhões que iria colocar ao Banif “um inesperado e injustificado problema imediato de rácio de solvabilidade”, que ficaria abaixo do limite mínimo de 8%. O que não era indiferente. O não cumprimento do rácio era uma condição para o banco central decretar a resolução do banco – que desde o Verão já estava a ser programada nos bastidores do BdP."
NOTA: Outra "coincidência" interessante mostra a promiscuidade que se atingiu em Portugal e na UE entre pessoas envolvidas até ao pescoço no setor privado e que logo circulam para o setor público para exercerem a supervisão justamente dos setores onde têm interesses. Esse é nitidamente o caso de António Varela, ex-administrador ou funcionário em vários bancos (na UBS-Portugal, que esteve envolvida através duma subsidiária na venda do Novo Banco, administrou também o Banif numa fase anterior, possuia ações do Santander e do mesmo Banif, anteriormente tinha sido administrador da Cimpor, posteriormente passa pela função de regulador na CMVM e finalmente é nomeado administrador do BdeP, com funções de supervisor direto do mesmo BANIF.
Registe-se também que a ministra das Finanças do PSD é muito próxima de António Varela e lhe deu sempre o maior respaldo, mesmo em situação de alguns atritos com o governador do BdeP.
Conferir in http://lawrei.eu/caso-banco-banif/category/ministro-das-financas/
e
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/banca___financas/detalhe/quem_e_antonio_varela_o_administrador_de_saida_do_banco_de_portugal.html
Sobre o papel do atual governo PS
É evidente que o atual governo levou de chofre com uma enorme pressão da UE e suas instituições (BCE e DGComp) que lhe retirou margem de manobra no sentido de obrigá-lo a oferecer o BANIF ao Santander.
Mas, mesmo dando o benefício da dúvida, é notório que, no mínimo, António Costa evitou em absoluto "comprar" uma guerra com as instâncias da UE logo em início de mandato e tratou de atirar a toalha ao chão mal começou o primeiro round, sem esboçar qualquer luta na questão do BANIF.
e
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/banca___financas/detalhe/quem_e_antonio_varela_o_administrador_de_saida_do_banco_de_portugal.html
Sobre o papel do atual governo PS
É evidente que o atual governo levou de chofre com uma enorme pressão da UE e suas instituições (BCE e DGComp) que lhe retirou margem de manobra no sentido de obrigá-lo a oferecer o BANIF ao Santander.
Mas, mesmo dando o benefício da dúvida, é notório que, no mínimo, António Costa evitou em absoluto "comprar" uma guerra com as instâncias da UE logo em início de mandato e tratou de atirar a toalha ao chão mal começou o primeiro round, sem esboçar qualquer luta na questão do BANIF.
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