29/08/2014

QUE ARTICULAÇÕES DE PORTUGAL COM ESPANHA?


Tomando uma pequena polémica em que entrei no Facebook, num grupo, sobre que tipo de ligação é a mais conveniente entre os movimentos populares portugueses e os espanhóis,  aproveito para expor algumas ideias sobre este assunto essencial à  definição do movimento popular e democrático e duma verdadeira resistência em Portugal.


Espanha não existe, somente o estado espanhol, com N identidades culturais e nacionais que não apreciam a histórica dominação de Madrid.
Há dinâmicas alternativas e libertárias na Catalunha (…) movimentos anti-militaristas organizados (…) uma organização nacional pela suspensão da dívida, [enquanto aqui há] uma tal IAC reacionária e sectária que nunca foi além da reestruturação da dívida (…) movimentos feministas radicais como las Mujeres de Negro sem correspondência aqui (...) movimento ecologista e aqui tens essa caricatura de Os Verdes e o ecologismo tecnocrático da Quercus (…) lá uma PAH contra os despejos e aqui, o que há?
(…) Para além das CCOO e da UGT com parentescos com burocracias locais tens uma CNT, bem ativa e em crescimento, para além da CGT, ambas anarquistas.
E movimento anarquista aqui, vai além de alguns grupos mais ou menos identitários?” - V.L.

Preferia não responder cabalmente ao comentário acima sem uma prévia atualização dos meus “dados espanhóis” - na verdade, temas mais urgentes têm-me feito desligar um tanto da situação em Espanha. 

Mas a urgência do debate político não se compadece, pelo que arrisco uma breve resposta desde já.

TIQUES AUTORITÁRIOS DO ESTADO ESPANHOL

Recorro ao meu arquivo mental de leituras e das muitas visitas que fiz a Espanha (as duas últimas foram, usando vários meios de transporte:
2005 - Múrcia, Valência, Madrid, Donostia; 2011 - Sevilha.

Como curiosidade, em Donostia (San Sebastian), acabei perseguido pela polícia secreta, após ter tentado trocar umas palavras, por mera curiosidade, com um manifestante independentista (grave erro  :P esqueci-me que o aparelho de terror franquista nunca foi desmantelado em Espanha...). 

Resultado: tive de recorrer nos dias seguintes aos meus melhores conhecimentos dos tempos da resistência anti-pidesca para os despistar, mas vi o caso mal parado, e isso sem ter feito... rigorosamente nada, estava ali apenas numa visita turística para sentir um cheirinho do Euskadi real.

E bota cheirinho nisso!”...Uma sociedade profundamente dividida, com tiques de esquizofrenia securitária do setor castelhanófilo e dos colaboracionistas locais contra os independentistas. 

O que, certamente, para o novo populismo do partido "Podemos" não deverá ter relevância.

AS AUTONOMIAS ESPANHOLAS

É facto que em Espanha existem mais organizações e também mais participação nas mesmas.

Mas eles são 40 e tal milhões e os portugueses apenas 10 milhões. E há que questionar o sentido e a consistência dessas "organizações de base” espanholas.

Quanto às “autonomias”, elas são diferenciadas, desde as fortemente independentistas (Euskadi, Catalunha, um setor radical da Galiza, das Baleares e de Valência), às simples províncias castelhanas que querem apenas mais uns trocos nos orçamentos.

Mas mesmo nas autonomias nacionalistas há um setor castelhanista importante, como se sabe, que vota sobretudo PSOE e PP.

Uma militante espanhola do "Podemos" garantia-me recentemente no Face que os espanhóis são todos parecidos (na ação política) independentemente de alguns quererem a independência outros não. Imagino que seja uma opinião que represente bem o que pensa o "Podemos" espanhol. 

O qual certamente gostaria dum “Podemos” português e de ver Portugal como mais uma “provincia autonómica” espanhola.

É interessante observar que as partes mais desenvolvidas de Espanha (exceto Madrid, lógico) queiram separ-se dela, e só não o façam pela intransigência do Estado neofranquista que proibe o referendo, enquanto em Portugal, um dos países mais antigos da Europa, haja quem ache natural uma integração no Estado espanhol. 

É no minimo, perplexizante e triste.

GALIZA  Vs. NORTE PORTUGUÊS

Em Portugal, particularmente no Porto, uma certa intelectualidade gosta de falar em nome dum "norte" imaginário e cultivar o mito duma Galiza igualzinha a esse Norte mítico. Ideia falsa, que só não desenvolvo aqui por economia do texto.

Sendo eu originário desse norte, é assunto que analiso há muito e que exigiria vários desenvolvimentos. 

Referirei apenas que, nem é verdade a uniformidade étnica do nosso norte, nem que esta Galiza aculturada por séculos de Espanha seja uniforme e igual sequer ao próprio Minho - região que lhe é mais próxima, mas nem por isso menos tipicamente portuguesa em todos os aspectos.

É daquelas situações típicas na política em que as evidências saltam aos olhos, mas uma formatação ideológica e mental das pessoas as leva à obliteração grosseira da realidade.
 

A NATUREZA  DO ESTADO ESPANHOL
 
Essa razão e as lutas autonómicas bem como o lastro da guerra civil tornaram [os espanhóis] mais interventivos e comunicativos” - V.L.

Que as pessoas em Espanha, genericamente, têm esse carácter, é certo. Não me parece é que haja tal relação de causalidade. 

A comunicabilidade e a iniciativa - a par dum espírito associativo - têm a ver com idiossincracias profundas do povo espanhol, não com o “lastro da guerra civil e das lutas autonómicas”.

Se fossemos por aí, o lastro do genocídio franquista - vulgo, guerra civil, onde morreu quase meio milhão de pessoas - esse lastro negro é sobretudo o da impunidade dos golpistas de 1936 e dos genocidas franquistas, até hoje.

Uma prova é a recente ostracização do “super juíz” Baltazar Garzón, a mando de setores reacionários do aparelho judicial. Que afinal continuam no comando, contrariando o folclore “muy progresista” dos julgamentos do Pinochet promovidos por Garzón, bem típicos desse show off espanhol de que falava acima.

Mesmo sendo Portugal o dos brandos costumes, e tendo havido muito safado pidesco por punir, houve apesar de tudo aqui uma menor impunidade dos esbirros autoritários já que os lideres salazaristas foram exilados e as principais estruturas fascistas foram extintas ou alteradas na sua natureza.

Aliás, em Portugal houve uma apropriação coletiva dos grandes meios de produção e um processo político radical que atingiu o cerne das próprias FFAA, o que nunca sucedeu em Espanha.

Ali, o que houve foi uma transição pacífica para a “democracia” capitalista, tornada aliás inevitável pelo nosso 25A74. Historicamente, neste caso, é Portugal que precede Espanha e não o contrário.

Apenas a ETA e um punhado de militantes como os Grapo mantiveram resistência armada após o fim oficial do franquismo.

E hoje o que temos em Espanha? O esmagamento das alternativas mais radicais e, em certo sentido, mais íntegras. Não estando com isto a avalizar os métodos dos grupos em causa - desde os anos 80 que defendo, aliás, que eles deviam ter infletido para a luta política. 

Mas a verdade é que quem sai vencedor são forças burguesissimas - a parte castelhana e as burguesias nacionais basca e catalã, cujos capitalismos são hoje os mais desenvolvidos da península.

Portanto, demonstrei que as autonomias e a guerra civil não têm nada a ver com essa tal maior iniciativa dos espanhóis.

Tal “argumento”, ainda que sem intenção, corre o risco de apenas dourar a pílula duma suposta futura “autonomia portuguesa” no seio duma "grande Espanha". Ou quiçá, noutra alternativa mas a dar no mesmo, uma macroregião Norte-Galiza num Estado espanhol centrado em Madrid por substituição do pretenso centralismo de Lisboa.

(pretenso, porque não há centralismo num país da dimensão de Portugal, quando muito há opacidade e parasitismo de máfias - o que é diferente).

A situação desses parasitismos mafiosos em Espanha, não a conheço em detalhe. Tivemos uma amostra com a salvação recente do Bankia e suas relações com os grandes partidos; ou nos escândalos da "família real" espanhola e seus negócios burlões. 

Mas podemos imaginar pelo que se vê em capitalismos evoluídos como o italiano ou o francês, cheios de Camorras, Nhandretas e lobbies poderosissimos (sionistas e não só) instalados no Estado e ligados aos grandes negócios, como em França, as armas e o nuclear.

Quanto a essas organizações de base, incluindo sindicatos, teríamos que analisar uma por uma a sua eficácia e papel. que ficará para uma próxima oportunidade.

MATURIDADE DO CAPITALISMO É QUE CONFIGURA A RESISTÊNCIA

No geral, parece-me que o capitalismo espanhol é mais articulado e maduro que o português, basta pensar nos grandes bancos espanhóis – Santander, BBVA, Popular, La Caixa – que são gigantes, os dois primeiros figurando nos 15 maiores mundiais e detendo fatias significativas do mercado na América latina, assim como filiais em países europeus e nos EUA. Mas há grupos relevantes noutros setores, como moda e retalho (ex: Zara), pescas, agropecuária, turismo e indústria.
 

Em Portugal também os há, é facto e ao contrário da opinião vulgar, mas à proporção do país. Conferir aqui.

E que é que isso tem a ver com as lutas populares? - perguntar-se-á.

Tem a ver que, apesar de todo o foguetório – muito à espanhola - tudo aponta para que esses movimentos são meras formas de luta NO INTERIOR do capitalismo, não CONTRA o capitalismo, seja qual for o rótulo de que se reclamem.

Também podemos apontar exemplos desses movimentos “avançados” - anarquistas, ecologistas, feministas, etc. - na Alemanha, na França, na Dinamarca, etc. – lembro que os anarquistas e ecologistas alemães, por exemplo - são altamente eficazes, fazendo frequentes manifestações com confrontos violentos com a polícia. 

Mas seria risível e quase anedótico garantir que o poderoso capitalismo central destes países sai minimamente beliscado por tais movimentos.

Resumindo: a um capitalismo maduro, correspondem formas de resistência maduras no interior do sistema que, apesar de vistosas, por norma não questionam a lógica do sistema, limitando-se a reivindicações parcelares que ele marginaliza e absorve com facilidade.

DOIS PROCESSOS HISTÓRICOS DISTINTOS

O processo histórico português recente é muito distinto do espanhol e superou-o em termos de lutas sociais e políticas, pelo menos após a guerra civil espanhola e o esmagamento dos republicanos pelo genocida Franco. 

E mesmo recentemente, as grandes manifestações de rua foram iniciadas em Portugal influenciando o posterior surgimento dos "Indignados" espanhóis.

O facto do capitalismo português ser menos articulado, haver uma urbanização e uma industrialização mais tardias – a par da dependência do exterior e das guerras coloniais - determinaram o formato das lutas populares, hegemonizadas por estruturas mais centralizadas, dogmáticas e rígidas, embora mais consistentes dentro do seu estilo que as espanholas (lembre-se a deriva “revisionista” do carrilhismo que marcou o PC espanhol, tornando residual o seu peso político comparado com o congénere português).

É o mesmo processo que
(ao contrário das FFAA espanholas) explica o desmoronamento da disciplina fascizante  nas forças armadas e policiais portuguesas , cuja radicalização após o 25A e o PREC foi sendo porém dissolvida pela corrupção (missões NATO e ONU no estrangeiro, infiltração por negócios diversos, etc.) tornando-as hoje – concordo – imprestáveis dum ponto de vista até  simplesmente patriótico (exceto alguns setores que embora residuais não devem ser menosprezados como VL o faz). 

As próprias polícias portuguesas – hoje bastante descontentes com a degradação que sofrem - terão mais potencial democrático que as espanholas, formatadas para reprimir os nacionalismos há décadas e que apesar da crise são decerto melhor pagas já que o nível de vida espanhol supera o português nuns 20%.

Parece-me pois que o processo português terá que seguir claramente uma via própria, muito diferente da espanhola, correspondente ao seu grau de amadurecimento, dependência e até degenerescência, como se vê com o BES e no maior endividamento do sistema capitalista em Portugal.


CONCLUSÕES

Alguns iludem-se com a ideia de superar a desmobilização popular em Portugal importando discursos estrangeiros ou mimetizando os movimentos espanhóis.

É um erro crasso, ditado por uma ideia de facilitismo na política e por um sentimento de impotência na construção duma verdadeira resistência ao saque e à destruição de que o País vem sendo vítima.
 
Sejam quais forem as dificuldades, é EXCLUSIVAMENTE marchando pelas próprias pernas e pensando pela sua cabeça - nunca imitando outros - que se fará alguma coisa forte e importante.

E isso passa pelas idiossincracias nacionais de cada povo, logo pela defesa da sua identidade como nação, por muito que isso desagrade aos antinacionalistas refugiados num suposto guarda-chuva anti-capitalista.

Em todos as grandes ameaças históricas externas aos países (exs: Rússia, China, etc.), a vitória só foi possível recorrendo à mobilização patriótica unitária contra essas ameaças.

Combater APENAS os corruptos internos e esquecer as causas externas (que são as principais) como o ataque dos especuladores em 2010/11 que determina a “crise” portuguesa, isso é profundamente errado.
 
Além do mais, resulta num branqueamento das responsabilidades do podre e parasitário capitalismo mundial, financeirizado e especulativo na atual fase.

E note-se que com isto não excluo todo o tipo de cooperação internacional, particularmente entre os países e povos da Europa do sul. 

Há muito que considero ser essencial uma tal coligação no combate ao bloco burocrático europeu liderado pela Alemanha respaldada pelo império do dólar. 

Só que é mais provável acabar por ser Portugal a puxar pelos outros nesse processo que eles por nós. 

É paradoxal, mas a vida muitas vezes surpreende-nos ao destruir aparências dadas por adquiridas.


2 comentários:

  1. Bem, Rui Tojal, quando coloquei aquelas despretensiosas notas no FB não esperava que as mesmas viessem a despoletar esta discussão. Mas não o lamento e, menos ainda te critico embora não tenha muitas esperanças na entrada de opiniões para a panela.
    Voltemos então um pouco mais acima, na análise
    Mantenho o “vício” de começar pela base económica na análise política. Acho que só há economia política e que sem a abordagem política só há economês.
    A globalização, sobretudo depois dos avanços na área da comunicação e da informática gerou vários factos – a segmentação da produção mundial por vários locais, cujas partes são unificadas e geridas por multinacionais e isso anula totalmente a coerência das estruturas produtivas nacionais, sobretudo onde não existe historicamente uma burguesia capaz, um capitalismo desenvolvido; por outro lado, a globalização do sistema financeiro, com o desenvolvimento da especulação mantém a economia global na corda bamba, à espera da nova crise financeira que naturalmente arrasta tudo o mais. Para nosso azar só há um planeta
    A queda do Muro e da URSS bem como a assunção do capitalismo de estado na China eliminou as referências de uma “esquerda” que há muito já o havia deixado de ser. Em 2012 Negri disse em Lisboa, por acaso em resposta a uma pergunta minha, que não havia esquerda na Europa (http://grazia-tanta.blogspot.com/2012/01/toni-negri-em-lisboa-sera-que-na-europa.html); e, de facto isso parece-me avisado. Vejo apenas grupos trotskistas de uma total desatualização da análise política e económica, grupos stalinistas que Zizek diz que se esqueceram de morrer e grupos anarquistas, ecologistas com sonhos identitários, isolacionistas na procura de uma Icaria ou projetando-se em confrontos estéreis com a polícia. Em suma não tem havido esquerda e esta poderá surgir (na minha opinião) a partir das análises de Negri/Hardt, Graeber e do antigo grupo Krisis; os precedimentos táticos resolvem-se na devida altura
    A escola e a universidade em particular têm cumprido na perfeição a castração intelectual, remetendo para o individualismo, a competitividade, a tecnocracia, em alunos e professores. É muito grande a despolitização e daí uma esperança naif no que chamo “democracia de mercado”, partidocracia, recheados de um apoliticismo capaz de gerar apenas soluções meramente técnicas. O desemprego e a precariedade de vida (não apenas laboral) gera a instabilidade emocional, o encerramento em pequenos grupos, a catarse das redes sociais; e não a revolta e a capacidade organizativa de há cem anos. O capital parte o coco, como dizia Zeca Afonso.
    (continua)

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  2. Reponho aqui uma resposta (atualizada) ao comentário do autor do blogue Grazia Tanta, que nele desenvolve uma persistente e profusa publicação de textos confusionistas, aos quais já desisti de responder.

    O seu comentário é mantido na íntegra e na totalidade tal como me foi enviado, não pelo idiotismo muito cultivado pelo sistema duma pretensa "liberdade intelectual", mas simplesmente porque acho importante desmontar este tipo de discurso.

    Não se enganem os ativistas de esquerda ou queiram construir uma alternativa ao sistema.

    O comentário é paradigmático dum certo estilo que se apresenta com ar progressista, podendo até ser confundido com revolucionário ou socialista para os menos avisados.

    E não é nada disso. O texto usa algum jargão conotado com a esquerda para na verdade promover interesses que são tudo menos de esquerda.

    O uso de palavras como "multinacionais","crise", "capitalismo", "burguesia", "castração intelectual","precariedade" - até o Zeca Afonso não se livra de ser usado - numa retórica torrencial que, se bem analisada, é apenas vaga e confusionista, ao não apresentar nenhuma proposta concreta de luta e estratégia, constituindo-se num mero exercício de ilusionismo sem ponta de sentido revolucionário ou de esquerda.

    A citação prolixa de nomes de autores que a maioria nem conhece, transforma-se por outro lado num exercício de exibicionismo intelectual inconsequente.

    Mas quem conhece tais autores, percebe porque são citados.

    Graeber, por exemplo, é um sociólogo inglês, considerado o pai do "Occupy Wall Street", que perfilha confusas teses pretensamente anti-sistema mas que na verdade são duma brutal demagogia, nada têm de científico, e encobrem a verdadeira causa das coisas: o sistema capitalista, que gera inevitavelmente crises como a que estamos a viver.

    Para conhecer as debilidades do autor e perceber as minhas afirmações, pode ler a análise aqui:
    http://economia-e-sociedade.blogspot.pt/2015/07/sobre-o-fenomeno-dos-empregos-de-merda.html.

    Já Negri, por exemplo, é um autor que se reclamava do marxismo, mas é portador dum pensamento (?) também meramente confusionista.

    Tornado célebre por ter sido preso na sequência da morte do 1º ministro Aldo Moro às mãos das Brigadas Vermelhas, nega que tivesse tido qualquer responsabilidade nesse ato. Diz acreditar no "projecto europeu" e defende uma organização política alternativa comum aos povos europeus.

    No fundo, um projecto que o Syriza, o Podemos ou mesmo o BE vêm prosseguindo, com maior ou menor empenhamento. Um projecto condenado totalmente ao fracasso, dada a desigualdade de forças entre o capitalismo global e os povos europeus desorganizados e sem militância séria nestes partidos ou quaisquer outros que se reclamam de esquerda.

    No fundo, é o federalismo europeu o que estes autores e partidos defendem. O mesmo, tirados os adereços ideológicos, defendido com unhas e dentes pela burocracia da NWO de Bruxelas e Frankfurt, ou por Berlim e Paris.

    Que apenas levará a uma espécie de Estados Unidos da Europa, com as mesmas consequências dos EUA propriamente ditos, em que o povo - apesar do espetáculo mediático das eleições - não tem o m+inimo poder sobre a política e o Estado, totalmente dominado pelos lóbis das corporações e dos bilionários. Com o poder concentrado no Pentágono, no FED, na Wall Street, na CIA, no NSA ou no FBI, totalmente opaco e intocável.

    Entretanto e na situação atual a direita mundial, europeia e portuguesa estão cada vez mais ativas, aproveitando-se das divisões e ambiguidades desta pseudo-esquerda para preparar um novo assalto ao poder e repor - e em condições cada vez mais gravosas - o saque desbragado ao património do País e do povo que vinham fazendo, ao serviço da NWO-Nova ordem mundial em curso.

    Obviamente que o discurso do género acima tem basicamente um papel dissolvente e desarmante, desorientando e fazendo perder objectivos precisos.

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