Eis
o comentário que fiz à partilha que Ana Drago (ex-dirigente do
Bloco de Esquerda) produziu no seu facebook.
Link aqui: facebook Ana Drago.
Nota: é um 1º comentário feito ao primeiro post dela sobre o tema, dentro de horas farei um outro mais desenvolvido sobre as entrevistas que a Ana Drago tem dado.
«A
Ana parece-me bem intencionada.
Mas
o problema não é só de pessoas, é de linha política.
Um
partido não pode às 2ªs, 4ªs e 6ªs defender os interesses
(reais ou imaginários) de ínfimas minorias que dispõem de fortes lóbis, e às 3ªs, 5ªs e sábados
defender os aposentados, os desempregados, os precários, os
emigrantes forçados, etc. que são a esmagadora maioria.
Por outro lado isto já não vai lá com apelos bem intencionados à unidade das esquerdas.
O
PS, o PCP, o BE, os grupúsculos como o Livre, o 3D, os trotskistas do MAS, apesar da cortina de palavreado empolado mais ou menos marxista, representam sectores socialmente instalados DENTRO do
sistema capitalista, cujas reivindicações e crenças provêm do estilo
de vida consumista induzido pelo sistema (em graus diferentes, para cada um deles).
A
população em geral desconfia e não se revê em tais partidos, nem tãopouco nos partidos de direita.
Por
isso é que a abstenção atingiu quase três quartos do eleitorado.
Os
32,5% do PS, os 29% do PSD+CDS, os 12.5% da CDU, os 7,2% do Marinho Pinto, têm que ser
reduzidos a um quarto, pois essas percentagens são em relação
ao ¼ do eleitorado que votou nos partidos, estão referidas a essa base de cálculo restrita.
Deixem-se
pois os partidos de proclamar vitórias da treta. A verdade é que
ninguém ganhou estas eleições, a não ser a abstenção (ou seja,
os não-votos, mais os brancos e os nulos). O que é triste, mas é
verdade.
E
não venham igualmente tentar dar lições de moral a quem se
absteve, porque muitos dos abstencionistas sabem mais de política
com os olhos fechados do que os politiqueiros com os olhos abertos.»
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