04/06/2014

Comentário sobre Ana Drago


Eis o comentário que fiz à partilha que Ana Drago (ex-dirigente do Bloco de Esquerda) produziu no seu facebook.



Link aqui: facebook Ana Drago.

Nota: é um 1º comentário feito ao primeiro post dela sobre o tema, dentro de horas farei um outro mais desenvolvido sobre as entrevistas que a Ana Drago tem dado.
  
«A Ana parece-me bem intencionada.

Mas o problema não é só de pessoas, é de linha política.

Um partido não pode às 2ªs, 4ªs e 6ªs defender os interesses (reais ou imaginários) de ínfimas minorias que dispõem de fortes lóbis, e às 3ªs, 5ªs e sábados defender os aposentados, os desempregados, os precários, os emigrantes forçados, etc. que são a esmagadora maioria.

Por outro lado isto já não vai lá com apelos bem intencionados à unidade das esquerdas.

O PS, o PCP, o BE, os grupúsculos como o Livre, o 3D, os trotskistas do MAS, apesar da cortina de palavreado empolado mais ou menos marxista, representam sectores socialmente instalados DENTRO do sistema capitalista, cujas reivindicações e crenças provêm do estilo de vida consumista induzido pelo sistema (em graus diferentes, para cada um deles).
 
A população em geral desconfia e não se revê em tais partidos, nem tãopouco nos partidos de direita.

Por isso é que a abstenção atingiu quase três quartos do eleitorado.

Os 32,5% do PS, os 29% do PSD+CDS, os 12.5% da CDU, os 7,2% do Marinho Pinto, têm que ser reduzidos a um quarto, pois essas percentagens são em relação ao ¼ do eleitorado que votou nos partidos, estão referidas a essa base de cálculo restrita.

Deixem-se pois os partidos de proclamar vitórias da treta. A verdade é que ninguém ganhou estas eleições, a não ser a abstenção (ou seja, os não-votos, mais os brancos e os nulos). O que é triste, mas é verdade.

E não venham igualmente tentar dar lições de moral a quem se absteve, porque muitos dos abstencionistas sabem mais de política com os olhos fechados do que os politiqueiros com os olhos abertos.»


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