11/05/2014

ABSTENÇÃO! - PERANTE A CONIVÊNCIA E A DEMAGOGIA EXTREMAS



O momento que o País vive é duma demagogia eleitoralista que roça o patético.

Apenas possível numa sociedade mergulhada em profunda alienação, fruto da chantagem troikista e da incompetência da oposição. Chantagem que só resulta porque há uma população despolitizada e confundida por décadas de subsidiodependência da UE, à qual nunca nenhum partido se opôs de forma consequente.

Depois de 3 anos de brutal espoliação que fez pagar a "crise" aos aposentados, aos funcionários públicos, aos desempregados e a outros grupos mais vulneráveis, que vem desmantelando o SNS e a escola pública, que pôs a economia em estado comatoso, mandando em 3 anos cerca de 250.000 pessoas para a emigração (nível dos piores anos do fascismo), que fez regredir o poder de compra duma grande parte da população para 40 anos atrás e colocou na pobreza mais de 1/3 dela, que só no último ano destruiu 229.000 empregos (link), apesar da vergonhosa manipulação da taxa de desemprego procurar convencer-nos do contrário...

... depois de tudo isto, o grupo no poder ainda se atreve a embandeirar em arco, proclamando vitória pelo suposto fim da troika (que é falso, porque a tutela da UE e do FMI vai continuar por 20 anos, e isso FORMALMENTE pelos acordos assinados) e manipulando os números da economia, que na verdade levará, ao ritmo atual e apenas se tudo correr bem, 5 a 7 anos a regressar ao nível de produção anterior à intervenção, mas com tudo o resto - desigualdades, qualidade de vida, serviços, centros de decisão, etc - diferente para pior.

A confusão espalhada na população é total. E isso muito deve à incompetência da oposição para ler correctamente a situação e desmontar com clareza a gravidade das agressões cometidas pela clique no poder.

Assiste-se a uma mistura de níveis de responsabilidade, metendo-se no mesmo saco a clique golpista no poder e o PS. Quando, apesar das pesadas responsabilidades e da óbvia conivência do PS, este nunca fez a tentativa de assalto ilegal às pensões e aos salários a que assistimos nestes 3 anos - naquilo que é um autêntico golpe de Estado.

Grupúsculos pseudo-radicais - na verdade funcionando como lebres doutros interesses ou partidos para despistar os cidadãos - ao sabor da agenda dos media mercenários, lançam campanhas como "prisão dos responsáveis pela dívida" que, além de escolherem alvos insignificantes como o Duarte Lima, sobretudo não destacam o papel do terrorismo financeiro internacional como responsável maior da crise, por isso ilibam-no.

Por outro lado, alguns partidos apontam o euro em abstrato como responsável da "crise". Ora isto assim posto, é brincadeira de crianças já que não responsabiliza ninguém em concreto, nomeadamente os que foram coniventes com o terrorismo financeiro internacional.

Jamais Portugal teria precisado de qualquer "resgate" se o BCE e a Alemanha tivessem combatido desde início os especuladores (como hoje fazem, após a ameaça que atingiu a Itália), até porque a dívida pública portuguesa era então apenas 2/3 da que é agora.

Entretanto, partidos de esquerda e a grande maioria dos sindicatos metem no mesmo saco as camadas mais fustigadas - aposentados, função pública, etc., aos quais a clique no poder aplica leis especiais - só visto em regimes de apartheid, naquilo que é um autêntico golpe subversivo da Constituição e de centenas de leis que regulam as carreiras - e ao fazê-lo, tais forças políticas põem os espoliados no mesmo plano doutros grupos com cortes relevantes, sim, mas que não assumem a natureza golpista ilegal dos primeiros.

Daí, dessa avaliação errada e desse confusionismo, os partidos e os sindicatos (quase todos) mantêm uma atitude institucional conivente perante a clique do poder, fingindo não perceber a mudança destrutiva do regime democrático e a radical perda de soberania subsequente à intervenção estrangeira - que se prevê durar décadas, como já foi dito acima..

Essa conivência e este confusionismo  dos partidos e centrais sindicais são razões mais que suficientes para que, desta vez. se deva votar apenas como protesto: ABSTENÇÃO!

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