17/07/2013

Corrupção no parlamento europeu

Escândalo no Parlamento Europeu: 4 deputados foram filmados em pleno ato de corrupção, aceitando pagamento para votar determinadas leis.

Trata-se de deputados do Partido Popular Europeu (centro-direita) e do Partido Socialista Europeu (centro-esquerda), de diversas nacionalidades.

Junto do Parlamento europeu atuam, segundo a reportagem, 5.000 lóbistas, cujas atividades são conhecidas e toleradas.

A reportagem concluiu que, para além dos deputados apanhados em flagrante - cujos gabinetes foram já selados com polícia à porta, preparando-se a sua expulsão -,  muitos outros terão aceite alguma forma de pressão dos lóbistas.

É esta a União Europeia que nos dá lições de moral ?

Aqui está um bom material  para análise do novo paladino anti-corrupção em Portugal, caído de paraquedas na cena pública mas já com direito a coluna cativa (!) no pasquim Correio da Manhã - o ex.vereador do Rui Rio, sr. Paulo Morais, membro da filial portuguesa da associação internacional Transparência.

Tão dedicado  como é a apontar o dedo a casos na região de Lisboa e na AR, classificando Portugal como um dos mais corruptos da UE, e jurando mesmo que a corrupção é o principal fator do endividamento português (1), pode agora reavaliar as suas opiniões, se é que não estão congeladas por interesses privilegiados da sua cidade de origem, o Porto, ou por quaisquer outros, nomeadamente internacionais, já que a sua associação se autointitula "a mais influente do mundo". Quem a fundou e financia, para ter assim tanto protagonismo?

Eis o vídeo com a reportagem referida:


(1) A tese de Morais é que os terrenos foram valorizados por esquemas fraudulentos nos municípios, com garantias sobrevalorizadas, o que veio a originar perdas gigantescas ao Estado e à banca. Acontece que ele não avança com quaisquer números para provar a sua "teoria".

A verdade? As causas do excessivo endividamento externo nos últimos 10 anos são complexas.

A principal - segundo as Contas Nacionais e o economista, membro do Conselho de Estado, Vítor Bento - é o aumento do défice da balança de Pagamentos, resultantes de:
a) Défice comercial (export.-import.)
b) Défice financeiro (queda das remessas de emigrantes e do investimento externo, repatriação dos lucros de estrangeiros).


Já a dívida pública interna terá como principais explicações a quebra das receitas por
- fuga ao fisco
- perda de lucros por privatização de empresas públicas
- perdas de IVA e de descontos para a S.Social pela recessão
- serviço da dívida acrescido  por aumento das taxas de juros
e  bem assim alguns excessos na despesa pública.

Note-se que não estou a analisar especificamente os últimos 2 anos onde, para além das causas gerais, a dívida pública se tem avolumado APENAS por causa da absorção das dívidas dos bancos e outros privados, e do endividamento para com a troika.

Certamente que as fraudes e a corrupção, incluindo as do imobiliário, tiveram um papel,  mas longe do peso que lhes é dado!

Que este alerta não seja lido como um branqueamento da corrupção. Sou dos que não têm a menor dúvida da gravidade desse fenómeno. Apenas se trata de não branquear os outros factores da crise.

Infelizmente, os media estão cheios de "teorias" da crise, a maior parte delas inventadas por lóbis. Urge parar com esta especulação e conhecer as verdadeiras causas da crise, onde se salienta a especulação internacional que levou a taxas de juro incomportáveis, com a completa conivência do BCE dirigido por J-C Trichet - homem da Nova Ordem Mundial  que controla também o FMI e as empresas de rating que manipulam as crises de acordo com os interesses das Goldman Sachs, Mongan Stanleys, Rockfellers e companhia.

O que os "teóricos" de serviço, como P.Morais, omitem. Duma forma que, involuntariamente ou não, é conivente.

Mas para quem não acredita mais no pai Natal, nada disto é por acaso.

E como poderia sê-lo,  num contexto de implosão do capitalismo especulativo, em que a agressividade e a pilhagem maciça são consequência da crise, motivada pelo crescente espaço ocupado pelas potências emergentes - China, Índia, África do sul, Brasil, Rússia, Coreia do Sul, e todos os que até há pouco eram 3º Mundo, e reclamam agora o seu lugar próprio. Deixando cada vez menos espaço às antigas potências dominantes, sem outra arma que não seja a especulação financeira e, no limite, a violência militar.

(As guerras programadas à Síria, ao Irão, ao Paquistão e à Coreia do Norte, apenas adiadas por ora, são a prova disso - conferir aqui).




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