15/07/2013

Dirigente do PS francês: quando a esquerda faz política de direita, a direita avança

No vídeo (clicar na imagem), o membro do Secretariado do PS francês, Gérard Filoche, contesta com indignação os argumentos que visam justificar o roubo das pensões, o aumento dos impostos sobre as classes médias e a redução dos direitos dos trabalhadores.


Ele diz que, embora "ame o seu governo" - atualmente o PS governa em França - este deveria praticar uma verdadeira política de esquerda. Não o fazer é o que leva ao avanço da extrema-direita.

Aponta como maus exemplos os cortes nas pensões, o aumento da idade de reforma e a redução dos direitos laborais.

Quando o jornalista lhe lança de forma arrogante a habitual fórmula envenenada da direita europeia para vergar os povos: "se não há dinheiro e há cada vez menos população ativa, como é que sustenta tais medidas?", Gérard não se intimida e responde com firmeza: "Nunca em França  houve tanto dinheiro. Precisam de dinheiro? Combatam a evasão fiscal e procurem-no onde está, nos paraísos fiscais e offshores!  População ativa é uma falsa questão - criem empregos para os jovens, que logo aumenta a população ativa" (de base contributiva). E fundamenta tudo que afirma com dados claros sobre as fugas ao fisco, sobre o número de nascimentos e sobre o rendimento em França.

Embora a situação portuguesa seja um tanto diferente da francesa, desde logo porque a França é um pais altamente beneficiário da atual relação de forças europeia, no essencial o raciocínio de Gérard Filoche é aplicável ao nosso país. Como demonstro nutras partes deste blogue, Portugal não é nada pobre, é um país altamente produtivo. O simples facto de no meio duma crise mundial o País ter aumentado significativamente as suas exportações e reequilibrado a balança comercial, só por si comprova-o.


A principal diferença parece estar na pergunta: porque não temos em Portugal  dirigentes políticos como este francês - corajosos, informados e coerentes?

É que com gente medíocre e conivente, como esta "classe política" que nos saiu na rifa, não se faz nada de jeito!





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