09/03/2016

BANCOS, CONFUSIONISMO E FALTA DE ESPINHA DORSAL

A PROPÓSITO DO CONTROLE DO NOSSO SISTEMA BANCÁRIO

Agora que está de novo na berra - e de que maneira! - a questão do controle dos bancos portugueses, eis um artigo do Esquerda.net, já com barbas de 3 anos, sobre a evolução das negociatas e cumplicidades de muitos nomes da nossa classe política, empresarial, e até dirigentes clubísticos, muitos deles apresentados impunemente pelos media como "grandes comentadores" e "analistas".

Todos da área do "centrão" político.

Aconselho vivamente a lerem o artigo, e verificarem por si mesmos o papel sórdido de nomes - alguns deles improváveis - como António Ricciardi, José Roquette (Sporting) Alípio Dias (Totta e BCP), Cavaco Silva, Tavares Moreira, Eduardo Catroga, Braga de Macedo, Elias da Costa, Leonor Beleza, Ferreira Leite (PSD) , ou os "socialistas" Santos Ferreira, António Vitorino, Almeida Santos, etc etc no processo de entrega de importantes bancos portugueses a grupos estrangeiros.

E já agora, comparar a denúncia corajosa destas vergonhosas conivências da nossa "élite dirigente", feita por um desconhecido ativista do Bloco, Jorge Costa, com a conversa redonda, dum pseudo-radicalismo palavroso e inconsequente, das atuais lideranças do BE, tão promovidas pelos media do sistema, como a RTP fez ainda hoje a pretexto do dia da mulher com as 3 figuras femininas mais mediáticas do BE (é fácil arranjar um pretexto qualquer, quando se quer fazer public relations em favor de alguém).

Lembrar também que esta RTP é a mesma que foi tomada de assalto pela clique partidária no poder nos últimos 4 anos e meio, que não se tem cansado de usar a televisão pública como meio de propaganda dos interesses anti-nacionais e anti-populares que defende.

Esta particular promoção de determinadas figuras ditas de esquerda é muito conveniente às manobras em curso, de assalto ao poder por estrangeiros sobre a economia portuguesa.

Transformar a política de mobilização e esclarecimento do povo - como deve ser o papel duma verdadeira vanguarda social - num mero exercício de palavreado e vedetismo mediático, é essencial para matar à nascença qualquer reorganização duma vanguarda e qualquer futura revolta popular.

É assim por cá, com o BE, o PCP e os grupúsculos e partidinhos palavrosos, é assim em Espanha, com o Podemos e os demais destroços dos antigos movimentos populares, e é assim na Grécia com o Syriza e demais partidos radicalóides estéreis.

Sem cavalos de Tróia, as Tróias nunca seriam conquistadas.

Ou talvez, na presente situação de enorme desagregação dos movimentos populares no mundo inteiro, seja mais correto dizer: debilitar o filhote do animal selvagem à nascença, entorpecendo-o com drogas - eis uma forma segura de impedir que se transforme num poderoso caçador em adulto.

Siga o link para o artigo em causa, AQUI

http://www.esquerda.net/dossier/privatiza%C3%A7%C3%A3o-do-totta-o-jackpot-de-champalimaud/27106

Jorge Costa, ativista do Bloco de Esquerda
Recado para o Jorge Costa (que verifico numa rápida busca pelo nome que continua a publicar no Esquerda.net), e demais militantes do BE:

De nada adianta constatar que a Comissão e o Banco Central Europeu querem é acabar com a banca em mãos portuguesas (como você diz, e bem, no seu artigo de 4-Janeiro-2016 sobre o Novo Banco) e que são eles quem efetivamente manda, se o seu partido, em vez de lançar uma ampla campanha de esclarecimento e mobilização da população, se limita a discursos redondos, sem fio condutor, abordando 50 temas em catadupa, como o fazem as(os) dirigentes do seu partido na AR e nos espaços que  os media capitalistas lhes concedem "generosamente".

O controle total da banca portuguesa por estrangeiros - claramente em curso, o processo BANIF e o dictat da burocracia da UE, com a conivência do atual governo e o ativo servilismo do anterior, assim o mostram  - é um tema demasiado importante para ser metido no meio de 50 outros temas - desde o glifosato à adopção ou à eutanásia - como se todos tivessem a mesma prioridade.

Aliás, o truque . não tenhamos dúvidas que dum truque se trata - dos dirigentes dos partidos reformistas e conciliadores como o são na prática o BE e o PCP, apesar de apelidados de "extrema esquerda" por parte da direita troglodita, esse truque de sistematicamente atirarem para a praça pública dezenas de temas e reivindicações, de forma torrencial, sem fio condutor, começa a tornar-se demasiado óbvio como forma de evitar que o povo perceba que tanto torrencialismo invertebrado apenas conduz à paralisia do movimento popular e á destruição final do País,


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