13/06/2014

Os movimentos anti-homofobia, racismo, etnicismo, etc. e o seu aproveitamento pelo capitalismo

Considero-me uma pessoa de espírito aberto.

Já estou a ver a crítica: "e daí, os maiores racistas e homofóbicos dizem o mesmo".


Em Bratislava, homens carregam cartaz pelos direitos humanos: atualmente paradas gays mobilizam milhões de pessoas nos cinco continentes. A de São Paulo é considerada a maior do mundo
Foto: AFPmarcha


Mas não comigo, eu tenho provas. Logo aos 18 anos, mesmo sem perceber nada de política, aconteceu-me ir dar, por breves 3 meses, aulas no interior de Angola, quando esse território era ainda uma colónia portuguesa.

Na escola onde lecionei, encontrei os meninos e meninas sentadinhos "espontaneamente" da seguinte forma: brancos nas primeiras filas, negros nas de trás. Achei absurdo e tratei imediatamente de os distribuir por ordem alfabética. Ficaram todos misturados, e o ambiente da classe foi sempre ótimo.

Havia também um menino/a que era hermafrodita, ou seja, tinha nascido com órgãos sexuais masculinos e femininos simultaneamente. Só o soube, porque os pais acharam por bem (avisadamente) prevenir-me e informar que mais tarde, quando atingisse a maturidade, ele/ela faria uma operação para definir o sexo. Mesmo não sabendo nada do assunto, tratei de integrá-l@ na classe com toda a normalidade. E foi tão bem, que hoje já nem me lembro dele/a nos meses seguintes, sinal de que era uma criança normal sem o menor problema.

Tive na vida múltiplas situações em que apoiei, com prejuízos pessoais, pessoas negras e de várias minorias contra preconceitos.

Na escola onde lecionei a maior parte da vida, por algum motivo ou coincidência, havia uma concentração invulgar  de professores homossexuais. Tanto que alguns deles chegaram a dirigir a escola. Igualmente tive alunos/as homossexuais ao longo da vida. Para que conste, posso apenas dizer que das pessoas com quem trabalhei toda a vida, alguns homossexuais foram dos mais inteligentes e sensíveis. Dois dos meus colegas, supostamente homossexuais, eram meus amigos pessoais. Por triste coincidência, há bastantes anos atrás, ambos morreram em circunstâncias trágicas, o que me deixou chocado.

Por tudo isso, sinto-me à vontade para fazer a análise que segue.

O sistema, e quem nele manda nos vários países, já percebeu que explorar as fobias raciais, sexuais, étnicas, etc. mas também, ATENÇÃO, os movimentos CONTRA essas fobias, é um filão inesgotável. E excelente para desviar as atenções.

Foi por isso, aliás, que puseram um negro na presidência dos EUA. Ou pensam que foi por acaso? Santa ingenuidade...

Já pensaram, um presidente branco a dizer de peito cheio e voz pomposa, como o Obama fez: "A Rússia é uma mera potência regional que agride os seus vizinhos".


Ou seja, por outra forma, "nós, EUA, somos a potência global com um arsenal maior que todo mundo junto, mas somos os «bonzinhos»". Que importa se a CIA ou outro departamento dos EUA  (todos sob a administração Obama, ou não? ...), segundo dados PÚBLICOS de fontes oficiais, investiu largos milhões nos movimentos neonazis ucranianos para derrubar o Ianukovich? Mas claro, os media corporativos omitem-no, e só falam nas manigâncias do Putin no leste da Ucrânia... (Cfr http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=688277 ou
http://www.portugues.larouchepub.com/outrosartigos/2014/0202-ukraine_nazi_coup.html)

Já pensaram, se o presidente fosse um branco, era uma barbaridade. Assim, "tudo numa boa"... Que grande golpe propagandístico, o "negro" Obama na presidência!

Em Londres - um dos centros mundiais do sistema capitalista parasitário, as paredes do Metro estão cheias de cartazes de associações gays/lésbicas alertando contra a homofobia. Mas que progressistas, os "british"... e que bem tolerados são os gays pelo centro mundial capitalista, com direito a publicidade milionária no "tube" londrino, vista diariamente por milhões de pessoas!


Londres já era, nos anos 60, uma Meca dos gays. Qualquer pessoa informada o sabe. Falar de homofobia ali hoje, é de rebolar no chão a rir... mas percebe-se este uso da publicidade no Metro, convém marcar a posição do lóbi gay num centro mundial, não é? (lá vou eu ser incinerado pelas ligas LGBT por dizer isto ...)

A verdade é que, enquanto o pagode andar distraído com os (reais ou imaginários) racismos, sexismos, fobismos, nacionalismos, etc., vai-se estupidificando cada vez mais e perdendo o fio condutor da QUESTÃO FULCRAL: o sistema capitalista mundial, e como ele funciona.

Isto, já não falando nas taras futebolísticas e nos nacionalismos de mão posta no coração quando toca o hino, com que somos bombardedos por exemplo na Copa - esses, mais primários, e destinados à "ralé" do sistema, como diria o grande linguísta e politólogo (judeu americano) Noam Chomsky.


Enfim, caminhando e andando... (para onde, eis a questão)


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