Radiohead - a fluidez tensa de existir
Para ver no You Tube clique nas imagens a seguir:
1ª Imagem: No surprises - (apesar de ter 15 anos, esta música parece que foi feita para os nossos dias: "You look so tired and unhappy / Bring down the government / They don't, they don't speak for us")
2ª imagem: Creep - Vídeo oficial em HD - NÃO legendado (paciência com o anúncio inicial...)
3ª Imagem - Creep - Fantástica versão em piano e coro (filme "A rede social")
4º Imagem - From the basement 2008 (completo, gravado ao vivo no estúdio, excepcional)
Creep (Intruso, estranho)
Oxford. Mais uma banda universitária em busca do rock alternativo, quando toda a cidade fervilhava de experiências underground. O nome Radiohead seria adotado, após múltiplas apresentações locais e algumas músicas editadas, em 1992, quando lançam o LP "Pablo Honey", que inclui Creep, tema com incontáveis "covers" em todo o mundo. Inicialmente proibido pela BBC por demasiado depressivo (!?), está hoje classificado como um dos 15 melhores temas para viola/guitarra de sempre. O tema é na verdade tão impactante que corre a história duma jovem que se suicidou depois de ouvi-lo.
Com várias faixas nos tops mundiais e a consagração da crítica e dos mais altos prémios, os Radiohead têm resistido ao apelo mercantil/consumista. Nos últimos anos optaram por gravar no seu próprio estúdio e promover o seu trabalho autonomamente através da Net.
A intensidade da melhor música dos Radiohead é um grito contra o sem-sentido da vida numa sociedade dominada pela superficialidade, pelo exibicionismo, pela sede do poder e pelo dinheiro. Embora Thom Yorke recuse liminarmente o rótulo de "músico de protesto", há uma carga óbvia de revolta no percurso musical da banda.
Os álbuns Kid A (2000) e Amnesiac (2001), apesar de controversos, são talvez o ponto mais alto dos Radiohead. Depois da paragem motivada por divergências resultantes do deslize para o pop subsequente ao disco OK Computer(1997) e também pela depressão profunda que atingiu Thom em 1998, o álbum Amnesiac é um retorno às origens, à autenticidade e ao dramatismo underground da fase inicial, mas de uma forma bem mais amadurecida e complexa. É um álbum pesado - não vale a pena ouvi-lo se procura mero entretenimento.
Mas se quiser fazer um exercício de escuta atenta dos Radiohead prepare-se para uma ato de transcendência. A sua música, pelo menos a da melhor fase, é como uma oração a um deus ignorado, sem rituais obscurantistas, nem igrejas.
Os Radiohead: Thom Yorke, Jonny Greenwwod, Colin Greenwood, Ed O'brien e Phil Selway |
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